Está chegando o momento do país ficar verde e amarelo, todos unidos pelo mesmo time, as casas com a bandeira do Brasil para fora, o país inteiro de olho no futebol feminino.
Em um mês vai começar a Copa do Mundo de Futebol Feminino.
“Pega a visão”: É até difícil de acreditar, mas você ‘pira’ que enquanto a Copa do Mundo de futebol masculino teve sua primeira edição no Uruguai em 1930, a Copa do Mundo de futebol feminino só teve sua primeira edição na China 61 anos depois, em 1991.
Falando do Brasil foi uma verdadeira luta para o futebol ser praticado por mulheres, porque naquela época, precisamente em abril de 1941, um decreto-lei durante a Era Vargas, proibiu a prática do futebol por mulheres por 38 anos, só teve um fim em 1979.
No entanto, a regulamentação do futebol para mulheres só ocorreu em 1983.
Em 1988 após 4 anos, a FIFA organizou um campeonato feminino, mas ainda não era a Copa do Mundo Feminina, que só veio de fato acontecer 13 anos depois.
Tudo que estamos vendo hoje em 2023, quando falamos de futebol feminino, ainda é pouco pelo tanto que muitas mulheres lutaram e ainda lutam pela modalidade.
Como amante do esporte, eu sempre quis ver “A mini-craque” nas prateleiras das lojas, o trio famoso “Marta, Formiga e Cris” no centro da minha coleção, porém isso não foi possível.
Mas vivemos uma nova era, uma era que comprova que o futebol feminino vende. Todos os meses vemos recordes sendo batidos por mulheres, seja nas arquibancadas ou na gestão.
Eu não aprendi amar o futebol com meu pai, eu aprendi a amar o futebol com a minha mãe, ela me permitiu consumir o futebol desde criança, porque com ela foi diferente, na época dela não era permitido e essa a proibição começava dentro de casa, porque o futebol não era coisa para mulher.
Hoje ela pode, ela é vidrada pelo esporte, do profissional ao futebol de várzea, ela assiste uma sequência de jogos sem nenhum problema, ela passa o domingo na beira do campo, e eu sigo seus passos. Poder ver a evolução do futebol feminino na tv é representatividade, infelizmente ainda está em uma escala menor do que deveria ser, mas tenho a certeza que o futebol feminino estourou a bolha.
'Papo reto' nós estamos preparadas, porque o futebol na minha casa é tradição e o futebol feminino uma representação. Vamos apoiar o quanto for preciso, vamos lutar com elas, a casa vai estar verde e amarela, a bandeira estará na janela, elas merecem o mesmo engajamento que é entregue quando acontece a Copa do Mundo de futebol masculino, e na 'real' elas merecem mais. Pelos anos proibidos que nos foram tirados, por todas as mulheres que batalharam, por todas as mulheres que sonharam, por todas as mulheres que não puderam, por todas mulheres que até hoje não podem.
A Copa do Mundo Feminina 2023, acontecerá na Austrália e na Nova Zelândia, entre os dias 20 de julho e 20 de agosto, eu estou ansiosa e dando todo o meu apoio e energia para as 23 jogadoras que serão definidas no dia 27 de junho às 16h pela técnica Pia Sundhage.
Vai ter um grito a mais, porque elas chegaram, porque o futebol feminino está alcançando seu espaço, porque as mulheres estão conquistando o lugar de estar e ser o que quiserem.
Deixe nos comentários sua opinião sobre essa Copa histórica.
**Este é um conteúdo da Afro Esporte, porém o texto acima não reflete necessariamente a opinião da AfroEsporte.
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