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Foto do escritorAfro Esporte

Filme mostra que o boxe soteropolitano é um movimento de resistência

Atualizado: 23 de mai. de 2022

Popó, Minotauro e Minotoro, Adriana Araujo, Robson Conceição... a Bahia possui tantos nomes potentes no mundo do boxe que essa história de resistência ganhou as telas.



Das oito medalhas que o Brasil já conquistou no boxe olímpico, metade foi com pugilistas de Salvador, inclusive as duas medalhas de ouro. Não é novidade que a capital baiana é um celeiro de boxeadores, tendo revelado também o tetracampeão mundial Acelino Popó Freitas. Mas, para entender o sucesso esportivo, é preciso apurar o olhar sobre uma modalidade que toma as ruas, ocupa praças, vielas e até mesmo a areia da praia. Em Salvador, a chamada nobre arte vira luta do povo.



Em Contragolpe, curta-metragem documental de Victor Uchôa, o diretor vai ao encontro dos personagens que compõem a cena do boxe de Salvador para tentar responder por que a cidade virou berço de grandes pugilistas. O filme será lançado dia 28 de abril, às 20h, com exibição virtual aberta e gratuita até o dia 30, no site da produtora: www.jangadaconteudo.com.br


No curta, o público é convidado a percorrer academias de bairros periféricos, calçar as luvas e subir no ringue com jovens que encontram um caminho no boxe para mudar de vida, criando um ambiente de contra hegemonia esportiva. “Se você olhar a seleção brasileira de boxe, de 11 atletas, seis são de Salvador. São atletas que passaram por dificuldades, ralaram muito. Não tem jeito: os campeões saem é da favela”, observa Gilvan Bispo, duas vezes escolhido como melhor técnico de boxe do Brasil e que, gratuitamente, já treinou mais de 2 mil jovens em sua academia no Nordeste de Amaralina.


O projeto do filme foi contemplado pelo Prêmio Riachão – Projetos de Pequeno Porte, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, destinado pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.


Contragolpe é o segundo trabalho do diretor Victor Uchôa voltado para o cinema. Seu primeiro curta-metragem, Tempo, foi exibido em mais de 30 mostras e festivais no Brasil e exterior, tendo recebido prêmios de Melhor Filme, Trilha Sonora, Som e Fotografia.

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